terça-feira, 8 de setembro de 2015

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sexta-feira, 13 de março de 2015

Obid analisa indicadores do II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (04/03/2015)





  • Tabela 1: Distribuição dos 7.939 entrevistados, segundo uso na vida, uso no ano e uso no mês de qualquer droga (exceto Tabaco e Álcool) nas 108 cidades com mais de 200 mil habitantes – 2005.
    Na vida
    No ano
    No mês
    22,80%
    10,30%
    4,50%


    De acordo com o II Levantamento Domiciliar, 22,8% da população pesquisada já fizeram uso na vida de drogas exceto tabaco e álcool, correspondendo a uma população de 10.746.991 pessoas. Em pesquisa semelhante realizada nos EUA, em 2004, essa porcentagem atinge 45,4% e no Chile 17,1%. A estimativa de dependentes de Álcool foi de 12,3% e de tabaco 10,1%, o que corresponde a populações de 5.799.005 e 4.700.635 de pessoas, respectivamente. Entretanto, é preciso levar em conta que os critérios do SAMHSA adotados no presente trabalho para diagnosticar dependência são menos rigorosos que os do DSM-III-R e os da CID-10 adotados pela OMS, fato que pode ter inflacionado os presentes achados de dependência.



    Tabela 2: Distribuição dos 7.939 entrevistados, segundo uso na vida, uso no ano e uso no mês das drogas mais usadas nas 108 cidades com mais de 200 mil habitantes – 2005.



    Na vida
    No ano
    No mês
    Maconha
    8,8
    2,6
    1,9
    Solventes
    6,1
    1,2
    0,4
    Benzodiazepínicos
    5,6
    2,1
    1,3
    Orexígenos
    4,1
    3,8
    0,1
    Estimulantes
    3,2
    0,7
    0,3
    Cocaína
    2,9
    0,7
    0,4
    Xaropes (codeína)
    1,9
    0,4
    0,2
    Opiáceos
    1,3
    0,5
    0,3
    Alucinógenos
    1,1
    0,32
    0,2
    Esteróides
    0,9
    0,2
    0,1
    Crack
    0,7
    0,1
    0,1
    Barbitúricos
    0,7
    0,2
    0,1
    Anticolinérgicos
    0,5
    0
    0
    Merla
    0,2
    0
    0
    Heroína
    0,1
    0
    0
    Álcool
    74,6
    49,8
    38,3
    Tabaco
    44
    19,2
    18,4



    O uso na vida de Maconha aparece em primeiro lugar entre as drogas ilícitas, com 8,8% dos entrevistados. Comparando-se esse resultado com outros estudos pode-se verificar que é bem menor que o de países, como EUA (40,2%), Reino Unido (30,8%), Dinamarca (24,3%), Espanha (22,2%) e Chile (22,4%). Mas superior à Bélgica (5,8%) e Colômbia (5,4%). A segunda droga com maior uso na vida (exceto tabaco e álcool), foi solvente (6,1%), porcentagem inferior à encontrada nos EUA (9,5%) e superior a países como Espanha (4,0%), Bélgica (3,0%) e Colômbia (1,4%).

    Tabela 3: Prevalências (em porcentagens) e população estimada com uso na vida de diferentes drogas psicotrópicas** (exceto Álcool e Tabaco) nas 108 cidades do Brasil com mais de 200 mil habitantes – 2005.

    A prevalência sobre o uso de Cocaína, Crack e Merla foi, respectivamente, 2,9%, 0,7%, 0,2%. Entre os medicamentos usados sem receita médica, os Benzodiazepínicos (ansiolíticos) tiveram uso na vida de 5,6%, porcentagem inferior à verificado nos EUA (8,3%). Quanto aos Estimulantes (medicamentos Anorexígenos), o uso na vida foi de 3,2%, porcentagem próxima a de vários países como Holanda, Espanha, Alemanha e Suécia, mas inferior aos EUA (6,6%).

    No Brasil, o uso na vida de Heroína foi de 0,09% (apenas sete entrevistados), cerca de 13 vezes menos que nos EUA (1,2%). Vale lembrar que a precisão da prevalência do uso na vida para Heroína foi muito baixa (ver Metodologia). Não houve relato do consumo de drogas injetáveis no Brasil.


    Comparativo 2001 e 2005: % de uso na vida, de qualquer droga.



    Publicação completa em: 

    http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/Sem_logo/329783.zip

  • Autor:
  • Fonte: Obid http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php

Como prevenir o abuso de drogas nas escolas?

Como prevenir o abuso de drogas nas escolas?


Marília Saldanha da Fonseca1
Centro Universitário de Barra Mansa, SOBEU / RJ

O consumo de drogas vem se expandindo mundialmente e constitui, hoje, uma ameaça à estabilidade das estruturas e valores econômicos, políticos, sociais e culturais das nações. O abuso de drogas entre jovens tem sido uma das questões que mais afligem a sociedade contemporânea.
Em 2004, o levantamento epidemiológico realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), em estudantes de educação básica, comprova a presença de psicotrópicos nas escolas, a existência do abuso entre alunos e uma tendência de iniciação precoce, na faixa etária de 10- 12 anos mais de 12% das crianças já usaram algum tipo de droga na vida. (Galduróz et al., 2004)
A escola encontra-se diante de um novo desafio e, nesta circunstância, educar para prevenção apresentase como a melhor alternativa para o enfrentamento do consumo de drogas entre estudantes. Prevenção significa dispor com antecipação, impedir ou pelo menos reduzir o consumo.
O ato de prevenir o abuso de drogas admite três níveis de intervenção: primária, secundária e terciária. Na prevenção primária o objetivo é intervir antes que o consumo de drogas ocorra. Cabe à instituição escolar promover um estilo de vida saudável nos alunos, desde crianças bem novas até o jovem adulto A prevenção secundária destina-se aos estudantes que apresentam uso leve ou moderado de drogas, que não são dependentes, mas que correm este risco. A prevenção terciária dirige-se ao usuário dependente. No caso dos estudantes que já consomem drogas, a função da escola é prestar auxílio ao aluno na procura de terapia, apoiar a recuperação e reintegrá-lo na escola, no grupo de amigos, na família. Vale advertir que não compete à escola o tratamento, mas sim, encaminhar adequadamente o caso.
Segundo Fonseca (2006), faz-se urgente estruturar uma dinâmica de implantação em prevenção ao abuso de drogas nas escolas. E, “a melhor forma de se chegar com a Mensagem Antidrogas ao jovem é municipalizando as ações de prevenção contra as drogas” (BRASIL, 2000, não paginado). As estratégias de municipalização possibilitam incrementar medidas estruturadas em plano, programa e projeto que tornam a prevenção mais próxima às instituições escolares. Fonseca sugere que o caminho a ser percorrido deve incluir, necessariamente, as seguintes instâncias:
Município. Com a municipalização, viabiliza-se o Plano de Ação relacionado à redução da demanda de droga. A função do Plano é elaborar políticas, objetivos e metas, traçar as diretrizes e estratégias de caráter geral.
Secretaria de Educação. Tem sob sua responsabilidade a elaboração e gestão de um Programa Preventivo que decorra do Plano. Deve buscar parcerias com entidades e instituições que se disponham a essa finalidade.
Escola. É o lugar privilegiado para intervenções educacionais. Deve elaborar projetos que assegurem ações preventivas intensivas e duradouras, tendo como guia o Plano de Ação e o Programa Preventivo. Na prática escolar, a prevenção ao abuso de drogas torna-se viável por intervenções nas condições de ensino e, principalmente, são direcionadas ao projeto político pedagógico, à gestão escolar e à abordagem educacional, como apresentados na sequência.
Projeto Político Pedagógico. Inserida num quadro mais amplo de uma educação para a saúde, a prevenção prioriza a adesão aos princípios da vida, a formação de valores e o conhecimento da natureza e do efeito das substâncias psicoativas. Em relação aos psicotrópicos, deve ser levado em conta que a experimentação está iniciando muito precocemente, portanto, a prevenção primária deve começar em crianças de menor idade, em atividades criativas e prazerosas. É necessário que as drogas de abuso estudadas realmente estejam presentes entre estudantes brasileiros, evitando-se erros de enfocar drogas de uso em outros países. A estratégia é enfatizar as drogas lícitas e de fácil acesso, isto é, álcool, tabaco, solvente e medicamento, pela elevada porcentagem de uso entre os alunos, mostrando que todas são substâncias psicotrópicas. Não se pode deixar de discutir o caráter atrativo das drogas: prazer aos sentidos, ter “imagem transgressora”, ser símbolo de “estar na moda”. Igualmente, precisa ser discutida a trajetória do envolvimento com psicotrópicos, evitando-se autoritarismos didáticos, ou mesmo despertar a curiosidade inadvertidamente.
Gestão da Escola. O modelo de gerenciamento deve favorecer a participação coletiva e responsável na definição de princípios, objetivos e decisões a serem tomadas. Sugerimos, a seguir, algumas medidas gerenciais que incrementam a educação preventiva. A escola deve oferecer serviços de saúde gratuitos, por equipe multifuncional, aos alunos que apresentem transtornos decorrentes do uso indevido de drogas. É importante acolher e envolver as famílias com a educação dos filhos, promovendo encontros para discutir questões relativas ao consumo de drogas e os modos de prevenção. Para os educadores, instituir cursos, seminários, debates e reciclagem sobre o tema. Ainda, criar entre as escolas uma rede de informações e intercâmbio de conhecimentos no campo da prevenção contra o uso indevido de drogas.
Abordagem Educativa propõe a Educação Afetiva cuja ênfase está na personalidade do aluno. A educação afetiva defende a modificação de fatores pessoais que são vistos como riscos ao uso de drogas, explorando situações-limite. Primeiramente, deve-se priorizar o autoconhecimento, a auto-estima, a auto-afirmação, as relações interpessoais, a capacidade de lidar com ansiedade, a habilidade de decidir, a habilidade de lidar com grupos, a capacidade de resistir às pressões grupais, a comunicação verbal. É igualmente importante fortalecer a resiliência, o saber dizer não, a solidariedade, o pertencimento, o saber ouvir, a autonomia, a criatividade, o respeito às diferenças, o respeito aos valores. E, quando necessário, enfraquecer a ansiedade, o desamparo, a vulnerabilidade, a insegurança, os estigmas e preconceitos.
Professor-Aluno. A atuação dos professores é fundamental na educação preventiva, ajudando os alunos a constituírem um sistema de valores pessoal que lhes animem a adotar um estilo de vida, em que o abuso de drogas não encontre ressonância. Acreditamos que o trabalho docente tem mais probabilidade de sucesso com a inserção, no currículo, de conteúdos significativos de prevenção. Também contribui a adoção métodos ativos que incluem oficina, simulação, debate, discussão, diálogo, dinâmica de grupo, psicodrama, jogo dramático, dramatização. Deste modo, é possível proporcionar aos alunos a aquisição de habilidades e experiências que tenham efeito protetor, como mostra o Quadro 1.

Por fim, considera-se premente um trabalho que se contraponha ao consumo de drogas entre crianças, adolescentes e jovens adultos. A educação formal é um dos meios através da qual fazemos a conscientização, a educação e a prevenção e a escola a via natural para os esforços de prevenir o abuso de drogas entre alunos.

Referências
Brasil. Secretaria Nacional Antidrogas (2000). Conselho Nacional Antidrogas, não paginado. Disponível em:http:// www.senad.gov.br/comad. Acesso em: 28 set. 2005.         [ Links ]
Fonseca, M. S. (2006). Prevenção ao abuso de drogas na prática pedagógica dos professores do Ensino Fundamental. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP.
Galduróz, J. C. F. et al. (2004). V Levantamento sobre o uso de drogas entre estudantes do ensino fundamental e médio 27 capitais brasileiras. São Paulo: Centro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID


Endereço para correspondência
Rua Antônio Cesarino, 1003 apto. 123
13.015-291 - Campinas, SP 

1 Marília Saldanha da Fonseca (mariliasf@uol.com.br) é doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP e docente do Centro Universitário de Barra Mansa, SOBEU / RJ

VOCÊ É NOSSO CONVIDADO


Para mudar a percepção pública sobre a recuperação

Para mudar a percepção pública sobre a recuperaçãoEm 2014, o lançamento do filme “The Anonimous People” marcou o início do projeto “Faces & Vozes da Recuperação no Brasil”, movimento criado pela sociedade civil e apoiado pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio da Coordenação de Políticas sobre Drogas, em conjunto com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
O projeto foi inspirado em uma iniciativa que surgiu em 2001 nos Estados Unidos – o movimento “Faces & Voices of Recovery”, que tem o objetivo de fortalecer comunidades de pessoas envolvidas com a recuperação de dependentes químicos. O trabalho consiste em reunir voluntários que estão superando o problema com álcool e outras drogas, independente da linha de tratamento que os tenha colocado em recuperação.
Em março daquele ano, no primeiro encontro internacional de Alcoólicos Anônimos no país, um dos membros do “Faces & Voices of Recovery”, Ben Bass, expôs o conceito e estimulou a criação dele no Brasil. A partir dessa ideia,  brasileiros que atuam na recuperação de dependentes químicos, como membros da Coordenação de Políticas sobre Drogas, da SPDM e da sociedade civil por meio de comunidades terapêuticas e grupos dos anônimos, iniciaram articulações para criação do “Faces & Vozes da Recuperação no Brasil”.
Os três objetivos principais da entidade são: Mudar a percepção pública sobre a recuperação, promover políticas públicas eficazes e demonstrar que a recuperação está funcionando para mais de 23 milhões de americanos e suas famílias.
Conheça os 11 Princípios que norteiam os trabalhos do “Faces & Vozes da Recuperação no Brasil”:
1º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação tem o direito de se desenvolver e se inserir socialmente, independente do seu passado, devido a doença da adicção.
2º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação, assim como seus familiares e amigos têm o direito de conhecer a natureza da doença da adicção, as formas de reabilitação e as barreiras para a recuperação avançada.
3º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação que buscarem por recuperação deverão ter o direito imediato ao atendimento medico, centro de tratamento, incluindo uma avaliação abrangente de sua condição.
4º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação tem o direito de selecionar serviços que edifiquem nossos esforços, munidos de informações completas sobre as experiências e credenciais dos serviços oferecidos, e a eficácia de serviços e programas aos quais procuramos por ajuda.
5º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação tem direito ao atendimento em serviços de saúde e previdência social sem discriminação de cor, raça, etnia e gênero garantindo acesso a saúde e segurança de qualidade de forma igualitária e que trabalhe conosco e nossas famílias afim de que encontremos um caminho para recuperação.
6º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação tem o direito de ser reconhecidos mais do que sendo uma estatística, sem qualquer estigma ou rotulo que nos caracterize como fracos ou de moral duvidosa. Se recairmos e começarmos novamente, devemos ser tratados com dignidade e respeito, e nossos esforços contínuos serem reconhecidos.
7º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação tem direito ao atendimento médico especializado por profissionais que reconheça o processo de recuperação garantido, inclusive, a escolha de tratamento com enfoque religioso, espiritual e seculares, o envolvimento de nossas famílias, parentes, curadores indígenas como parte de nossa experiência no tratamento.
8º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação têm o direito de exigir ser representados por políticos que removam barreiras para oportunidades educacional, familiar e laboral, uma vez que estão no caminho da recuperação avançada
9º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação tem o direito a um tratamento respeitoso e não discriminatório como qualquer outra doença crônica, com os mesmos recursos, serviços sociais adquiridos e direitos trabalhistas. O plano de tratamento deve se construído entre os profissionais de saúde e as pessoas em recuperação. Refletindo a seriedade, complexidade e duração da doença, fornecendo oportunidades de manutenção da recuperação.
10º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: todas as pessoas em recuperação sob a tutela do sistema judiciário criminal tem o direito ao tratamento e apoio social para sua reinserção após cumprir sua sentença.
11º Princípio
Nós membros do Faces e Vozes da Recuperação no Brasil cremos e defendemos que: Todas as pessoas em recuperação tem o direito de falar em publico que a recuperação de longo período é uma realidade.http://paraentender.com.br/faces-vozes/

quinta-feira, 12 de março de 2015

O adolescente e as Drogas

 A adolescência e uma fase do desenvolvimento humano em que ocorrem muitas mudanças, é uma fase conflituosa da vida devido às transformações físicas e emocionais vividas. Surge a curiosidade, os questionamentos, a vontade de conhecer, de experimentar o novo mesmo sabendo dos riscos, e um sentimento de ser capaz de tomar as próprias decisões. É o momento que o adolescente procura sua identidade, não mais se baseando nas orientações dos pais, mas  também nas relações que constrói principalmente com o grupo de amigos.

Para a grande maioria dos jovens, ter experiências novas (lugares, músicas, amigos e também drogas) não necessariamente trará problemas permanentes, e muitos se tornarão adultos saudáveis. Mas há jovens que passam a ter problemas a partir dessas experiências,e por conta disso a adolescência é um periodo de risco para o envolvimento com as drogas.

   

Ao menos em parte, os riscos podem ser atribuídos às próprias características da adolescência tais como:
  • necessidade de aceitação pelo grupo de amigos
  • desejo de experimentar comportamentos visto como "de adultos"
  • sensação de onipotência "comigo isso não acontece"
  • grandes mudanças comportamentais gerando insegurança
  • aumento da impulsividade
A curiosidade natural dos adolescentes é um dos fatores de maior influência na experimentação de álcool e outras drogas, assim como a opinião dos amigos. Essa curiosidade o faz buscar novas sensações e prazeres, o adolescente vive o presente e na sua busca por realizações imediatas  o efeito das drogas vai  de encontro a isto, proporcionando prazer  imediato.

O modismo é outro aspecto importante relacionado ao uso de substâncias entre adolescentes, pois reflete a tendência do momento, e os adolescentes são particularmente vulneráveis a estas inflluências. Afinal estão saíndo da infância e começando a sentir o prazer da liberdade nas pequenas coisas, desde a escolha de suas próprias roupas, e atividades de lazer, até a definição de qual será seu estilo.  A pressão da turma, o modelo dos ídolos e os exemplos que os jovens tiveram dentro de casa.


O papel da família na formação do adolescente

A família, por sua vez, pode atuar com o um fator de risco ou protetor para o uso de substância psicoativas. Filhos de dependentes de álcool e drogas apresentam risco quatro vezes maior de também se tornarem dependentes.

   

Mas o desenvolvimento da dependência irá depender da interação de:
  • aspectos genéticos
  • características de personalidade
  • fatores ambientais, que poderão ser protetores ou até mesmo de risco para o uso de drogas
É de fundamental importância o papel da familia na formação do adolescente. é função da família fazer com que a criança aprenda a lidar com limites e frustrações.

Crianças que crescem em um ambiente com limites e regras claras, geralmente são mais seguras e sabem o que podem e o que não podem fazer. Quando se deparam com um limite, sabem lidar com a  frustração.

Crianças criadas sem regras claras, buscam testar os limites dentro de casa, adotando um comportamento desafiador com os pais e, posteriormente, ao entrar na adolescência, repetem esse mesmo comportamento desafiador fora de casa. Além disso por não estarem acostumados a regras e limites, não aceitam quando estes lhe são impostos.

Alguns estudiosos afirmam que adolescentes desafiadores e que não sabem lidar com frustrações, apresentam maior risco para o uso de drogas.

Por outro lado, o monitoramento por parte dos pais  e um bom relacionamento entre eles, é um importante fator de proteção em relação ao uso de drogas.

   




Fatores internos

Dentre os  fatores internos que podem facilitar o uso de álcool e drogas pelos adolescentes se destacam:

  • insatisfação
  • insegurança
  • sintomas depressivos
Os jovens precisam sentir que são bons em alguma atividade, sendo que este destaque representará sua identidade e sua função dentro do grupo. O adolescente que não consegue se destacar, seja nos esportes, estudos, relacionamentos sociais, dentre outros, ou que se sente inseguro quanto ao seu desempenho, pode buscar nas drogas a sua identificação, além de empurrá-lo para experimentar atividades nas quais ele se sinta mais seguro.

Os sintomas depressivos na adolescência,  são por um lado normais, em virtude das grandes mudanças biológicas e psíquicas, mas  muitas vezes podem apresentar fator de risco. O jovem que está triste ansioso ou desanimado, pode buscar atividades ou coisas que o ajudem a se sentir melhor. Neste sentido as drogas podem proporcionar, de forma imediata, uma melhora ou alívio a esses sintomas. Quanto mais impulsivo e menos tolerante  à frustração for o adolescente, maior será esse risco.

Alguns estudos mostram que adolescentes que apresentam sintomas depressivos (se isolam da família e amigos, sentem-se infelizes, descontentes e incompreendidos, com baixa auto-estima) passam mais rápido da fase de experimentação para o abuso e, consequentemente, para a dependência.

   


Outros aspectos importantes em relação os uso de drogas na adolescência
  1. É no periodo entre a adolescência e o início da idade adulta que ocorrem os maiores níveis de experimentação e problemas  relacionados ao uso de álcool e outras drogas.
  2. Muitos jovens, apesar do pouco tempo de uso de substâncias, passam muito rapidamente de um estágio de consumo para outro, além de fazerem o uso de várias substâncias ao mesmo tempo. Por outro lado, uma grande parcela deles diminui significativamente o consumo no início da fase adulta, para edequar-se às obrigações da maturidade, (trabalho, casamento e filhos).
  3. Vários estudos demonstram que quanto mais cedo se inicia o uso de drogas, maior a chance de desenvolvimento de dependência

Principais fatores de risco no período da adolescência
  • grande disponibilidade de drogas
  • maior tolerância em relação ao consumo de algumas substâncias
  • Estresse gerado por conflitos familiares e falta de estrutura familiar como: pais distantes, dificuldade dos pais estabelecerem limites para o adolescente, mudanças significativas (de cidade, perda de um dos pais)
  • características de personalidade: baixa auto-estima, baixa auto-confiança, agressividade, impulsividade, rebeldia, dificuldade de aceitar ser contrariado
  • transtornos psiquiátricos: de conduta, de hiperatividade e déficit de atenção, depressão, ansiedade e outros transtornos de personalidade.


   


Uma palava aos pais

Ao descobrirem que o filho adolescente está usando drogas, alguns pais tendem a se sentirem culpados, questionando-se onde erraram na educação do filho, o motivo de tal fato estar acontecendo com eles já que nunca deixaram faltar nada em casa. Outros pais buscam a internação de seus filhos esperando um método de cura imediata. Há alguns que recebem a notícia acusando o grupo social a qual o filho pertence. A tentativa de ajudar o filho e redimir a culpa transforma um problema, possivelmente passageiro e de solução possível, numa tragédia que afeta violenta mente a vida da família e do jovem.
Há alguns casos em que se torna comum às famílias terem em casa uma "farmacinha" com analgésicos, calmantes, na qual as pessoas vão tomando, muitas vezes sem prescrição médica, pensando numa solução química para os seus problemas ou simplesmente para relaxar.
Há ainda o álcool que costuma ser usado no diminutivo como cervejinha, uisquinho entre outros, como forma de amenizarem os seus males. Esses elementos não são encarados como drogas. E para o filho ver o pai se embriagar e a mãe se dopar com calmantes se torna normal.
Diálogo: o melhor caminho
Procure dialogar com seu filho, uma conversa franca pode ter resultados além do esperado. Lembre-se não humilhe seu filho, sarcasmo e huminhação são armas poderosas, que podem ferir, de modo profundo, a auto estima dos adolescentes. Amedrontar também não é o melhor caminho. 
Além de manter a calma, tente abrir espaço para reflexão. Seja franco e honesto mas não raivoso. Expresse preocupações e mágoa, se for o caso. Transmita seus sentimentos e convide-o a refletir. 
Dê espaço para que ele se expresse, dê tempo para que ele pense ("você quer pensar nisso que eu te falei e conversar mais tarde? Depois a gente conversa de novo sobre isso, pois eu gostaria muito de saber sua opinião"). http://www.vidasemdrogas.org/adolecencia.html

I Forum de Politicas Públicas sobre Alcool e Drogas - 2011/Nepomuceno MG

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