terça-feira, 10 de março de 2015

Meu filho está usando drogas, o que faço?

O consumo de drogas é um problema presente em muitos lares. Em geral, o primeiro contato com as drogas acontece no início da adolescência, e a maconha é a droga de maior consumo. 
dependencia
Isso se deve, em grande medida, à ansiedade, estresse e busca de novas experiências, que caracterizam a adolescência. A curiosidade, desejo de pertencimento e vontade de fugir da realidade, bem como a instabilidade familiar, também são fatores que contribuem para o uso de drogas. 
Como saber se o meu filho usa drogas? 
Os primeiros indícios são as mudanças de comportamento: irritabilidade; perda do sono ou períodos prolongados de sono; apetite voraz ou falta de fome; abandono dos estudos ou responsabilidades em casa; ruptura de acordos de convivência familiar; saídas de casa sem aviso; mudança ou perda de amigos (os que não consomem drogas se afastam dos que consomem, é um fenômeno de marginalização social). 
Que consequências isso pode trazer? 
Ao ter uma relação direta com substâncias proibidas, a pessoa acaba vivendo situações de risco, porque a percepção espaço-temporal muda, colocando-a constantemente em perigo de sofrer acidentes, overdose, perda da liberdade, extorsão, morte. 
Como isso afeta a família? 
O uso de drogas pode estar associado a algum transtorno de personalidade, o que provoca grande instabilidade, perturbando muitas áreas da vida da pessoa (formativa, laboral, afetiva, social) e daqueles com quem ela convive. 
Além disso, todos os comportamentos associados, antes mencionados, são complexos para a família, porque são difíceis de entender e, portanto, de modificar. 
Se o meu filho não assume que está usando drogas, o que devo fazer? 
Ele dificilmente vai aceitar que está usando drogas. O ser humano utiliza inconscientemente a negação como mecanismo de defesa; se os pais fazem esta afirmação, devem ter cuidado para não criar um ambiente de perseguição ou julgamento, pois isso intensifica os mecanismos de defesa do filho. 
É preciso procurar um profissional para o tratamento de qualquer situação relacionada ao uso, abuso ou dependência de substâncias químicas. 
O que posso fazer para evitar ou corrigir esta situação? 
- Informe-se amplamente sobre as drogas, seus efeitos e sobre as de maior consumo em sua comunidade. 
- Reflita sobre qual será sua reação se o seu filho lhe contar que usa drogas. 
- Não acuse seus filhos de um comportamento que você desconhece; pode ser o começo de um enfrentamento que não resolverá nada. Além disso, se você estiver errado(a), a relação ficará prejudicada. 
- Procure um momento adequado para tratar do tema, sem interrupções. 
- Não aborde o tema quando achar que seu filho está sob o efeito de alguma droga. 
- Pergunte a opinião do seu filho sobre as drogas e escute com respeito o que ele lhe disser. 
- Se você acha que seu filho está mentindo com relação às drogas, tente não ficar bravo(a). Procure abordar o assunto em termos de eficácia: pense em que comportamento seu pode ser mais útil para resolver o problema. 
- Deixe bem claro que o que lhe preocupa é a saúde e o bem-estar do seu filho.
- Garanta que seu filho saiba que você está aí para ajudá-lo a superar qualquer dificuldade que se apresentar. 
- Deixe claro que comportamentos você considera aceitáveis e que atitudes você não está disposto(a) a tolerar. 
- Não recorra às ameaças; ainda que pareçam uma solução rápida a curto prazo, na prática, não dão os resultados esperados. 
- Assegure que seu filho assume a responsabilidade pelos seus atos e as consequências que eles possam trazer. 
- O mais importante é mostrar ao seu filho a legítima preocupação que você tem e o amor que você sente por ele.
- Finalmente, ofereça-lhe sua ajuda e peça apoio a profissionais (professores, médicos, psicólogos). 
Nestas circunstâncias, como a fé em Deus pode ajudar os pais? 
É prioritário que as famílias cresçam na fé, gerem ambientes saudáveis e de espiritualidade, que favoreçam o desenvolvimento dos filhos. 
O problema da dependência química exige uma resposta biopsicossocial e espiritual, mas esta última pode ser determinante, porque vai ao fundo do problema. 
O âmbito espiritual tem a ver com as questões mais íntimas do ser humano, como os sentimentos e a sensibilidade, e com aspectos tão profundos como a esperança e a fé, permitindo a realização como pessoas. 
A vida espiritual é o que nos dá fortaleza para enfrentar os desafios da vida, aceitando o esforço e o sacrifício que forem necessários, e é isso que nos motiva a viver uma vida digna em liberdade, longe da escravidão das drogas.

segunda-feira, 9 de março de 2015

INTERNAÇÃO É MESMO NECESSÁRIA?

Costumo dizer que a internação é um mal necessário, mesmo quando contra a vontade, dependendo do grau de compulsão que o dependente se encontra.
O correto é intervir o mais rapidamente possível, assim que se toma conhecimento da utilização de drogas ou de álcool excessivamente, encaminhando a pessoa para um tratamento ambulatorial, com psicólogo, psiquiatra, assistente social, conselheiro em dependência química ECT. Caso a pessoa não se vincule ao tratamento, faltando inúmeras vezes ou simplesmente abandonando o mesmo, dando continuidade ao consumo de drogas, aumentando em quantidade e frequência, acarretando outros problemas associados ao uso, a melhor solução ainda é a internação.
Todos somos resistentes a internação realizada contra a vontade do dependente, mas temos que admitir que dependendo do estágio em que este se encontra em sua doença, não existe outra saída que não o afastamento da sociedade para manter-se em local seguro até retomar sua consciência e capacidade de discernimento.
Sabemos que a dependência química e alcoólica provoca o isolamento do indivíduo, acompanhado por um resfriamento emocional que o distancia  da família e de amigos sinceros, associado a um elevado grau de desconfiança e intolerância com o outro, passando a agir com agressividade e distanciamento afetivo.
O dependente químico e/ou alcoólico, passa a restringir seu convívio social a locais onde sua substância de preferência esteja disponível e seja aceita por seus “novos amigos”.  Deixa de frequentar a escola, acabando por interromper os estudos; passa a faltar com maior frequência no serviço – geralmente as segundas-feiras, após um final de semana de uso intenso. Perde a noção de tempo, saindo rapidamente para “resolver um probleminha”, passando horas ou até dias, fazendo uso da droga ou do álcool.
Estas são apenas algumas transformações pelas quais a pessoa passa, quando se torna um dependente, não conseguindo perceber o fato. Algumas até conseguem, mas boa parte se perde pelo caminho, entrando em óbito não pelo uso, mas pelas consequências de seu consumo, tais como: acidentes de carro, atropelamentos, homicídio, suicídio entre outros.
Aguardar que o próprio dependente decida se deve ou não buscar ajuda, é equivalente a brincar de “Roleta Russa”. Quem quer carregar a culpa por se omitir do problema?http://cuorecuidados.com/internacao-e-mesmo-necessaria/

sexta-feira, 6 de março de 2015

VOLTA MENINO VOLTA

MENINO, no ventre de sua mãe foi gerado, esperado
amamentado em seu seio, embalado em seus braços,
seus primeiros passos encorajados quando cambaleava ...e caia

Hoje chora sua mãe, sem quem a console,
lagrimas de dor que não passa.
Das dores do parto, já não se lembra mais.

A dor que não cessa é a dor da impotencia
de nada pode fazer diante do mal que te atingiu
Voce não quer seus carinhos,
nem ser acalentado em seu colo.

Não busca em seus braços ...seus abraços
e nos seus passoa cambaleantes, não encontra
suas maos seguras ...

Na angustia de não saber onde ir,
caminha sem direção,a lugar algum

Menino, em algum lugar nesta estrada
com o olhar perdido sua mãe está ...
Para de novo em seus braços te acalentar,
suas lágrimas enxugar,suas mãos segurar

Contigo caminhar no caminho de volta
De volta a vida ...
MENINO VOLTA, VOLTA MENINO.
Cláudia Maria de Cristo

Não há espaço para discutir ideologias na luta contra as drogas

A região da cidade de São Paulo que ficou conhecida pela triste alcunha de cracolândia, na Luz, concentra centenas de pessoas que usam crack, álcool e outras drogas de forma compulsiva. Na maioria dos casos, o alto grau de dependência os impede de ter consciência sobre sua real condição.
São doentes graves, que precisam de ajuda médica e psicológica. Muitos possuem comorbidades (coexistência de doenças), como Aids, sífilis, tuberculose e hepatites virais, entre outras doenças associadas.
A dependência química é uma doença crônica, tal como câncer, diabetes e hipertensão. Em estágios avançados ou quando o problema torna-se agudo, para qualquer outro problema de saúde indica-se internação hospitalar de curta ou média duração visando à estabilização do quadro. Por que então deve ser diferente com quem é usuário de drogas?
Não há espaço para discutir ideologias. A luta antimanicomial foi muito importante, mas hoje, passados 15 anos da reforma psiquiátrica, é preciso reconhecer que a rede pública deixou de criar soluções efetivas para os casos de saúde mental mais graves e extremos – e que, por sua natureza, precisam de internação e tratamento intensivo, com medicamentos e equipe multidisciplinar.
Não se preconiza internações indiscriminadas de dependentes químicos, mas elas devem ser indicadas quando o caso é realmente grave, colocando, inclusive, em risco as vidas dos pacientes.
Na cracolândia, mais de 80% dos dependentes que são encaminhados ao Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas) são classificados como doentes graves e que precisam de internação em serviços especializados. Necessitam de um período de abstinência mínimo, de desintoxicação, para depois seguirem o tratamento em nível ambulatorial ou, em alguns casos, em comunidades terapêuticas que irão ajudá-los a voltarem à rotina do dia a dia, reinseridos na sociedade. Esse índice, altíssimo, decorre da condição gravíssima de debilidade psíquica e física dos usuários que frequentam a região.
O mesmo percentual de internações recomendadas para dependentes químicos não se observa em relação a pacientes que chegam por demanda espontânea ao Cratod, via serviço telefônico do Programa Recomeço ou mesmo aqueles encaminhados pelos Caps (Centros de Atenção Psicossocial).
No Cratod há uma Unidade de Acolhimento e um serviço judicial, composto por médicos e representantes do Ministério Público e da OAB, que visa dar maior celeridade às internações involuntárias ou compulsórias, indicadas pela própria reforma psiquiátrica para os casos gravíssimos.
Desde 21 de janeiro de 2013, quando o serviço começou, foram realizados mais de 14 mil acolhimentos e quase 8 mil encaminhamentos de dependentes para internação, 87% dos quais de forma voluntária, ou seja, com o consentimento do paciente.
Quando o usuário da cracolândia opta pelo tratamento efetivo, e numa condição grave que demanda abstinência total, a prefeitura de São Paulo o encaminha para o programa Recomeço, do governo do Estado, porque não dispõe de nenhum serviço de internação, atualmente.
Hoje são cerca de 3 mil vagas exclusivas para tratamento de dependência química na rede pública do Estado São Paulo, seis vezes mais do que havia em janeiro de 2011, em serviços próprios ou contratados, e que são financiados exclusivamente pelo tesouro estadual.
Além disso, o Estado mantém o "Recomeço Família", que tem o objetivo de acolher, orientar e apoiar os familiares de dependentes químicos, oferecendo acesso a informações sobre tratamento, palestras, atendimentos individuais e terapia em grupo. Com essa iniciativa, busca-se oferecer recursos para que os familiares do dependente possam obter qualidade de vida e minimizar as chances do desenvolvimento de doenças e transtornos emocionais, decorrentes do impacto da convivência com o familiar dependente químico.
É fundamental que o poder público ofereça oportunidades para que o dependente químico deixe esta condição, por meio de desintoxicação para os casos mais agudos, recuperação e reinserção na sociedade e no mercado de trabalho. Uma etapa de cada vez, sem atropelos, como deve ser.

Ronaldo Laranjeira

é psiquiatra, professor titular do departamento de Psiquiatria da Unifesp e coordenador do programa Recomeço, do governo do Estado de São Paulo

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTUDA DISPOSITIVO JURÍDICO PARA VETAR CONSUMO DE ÁLCOOL À VONTADE APÓS MORTE DE ALUNO DA UNESP



Jornal O Estado de S. Paulo
Promotor quer proibir festa ‘open bar’ em Bauru
CHICO SIQUEIRA - ESPECIAL PARA O ESTADO
BAURU - Promotores de Justiça de Bauru, no interior paulista, anunciaram que vão pedir a proibição de festas open bar na cidade. A informação foi divulgada quatro dias após a morte do estudante da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Humberto Moura Fonseca, de 23 anos. Nesta quarta-feira, 4, o laudo necroscópico surpreendeu a família do jovem, que descobriu que ele sofria de problemas cardíacos.
Fonseca morreu após participar de uma competição de resistência durante uma festa. Para os promotores, o sistema de venda open bar incentiva o consumo excessivo de álcool. 
Libório Nascimento, da Promotoria dos Direitos do Consumidor, disse que procura um dispositivo jurídico para pleitear a proibição, que deverá constar como resultado de inquéritos abertos contra festas clandestinas e sobre a morte de Fonseca e a internação de outros três estudantes.
O mineiro Humberto Moura Fonseca fazia engenharia elétrica na Unesp de Bauru
“Sabemos que muitos jovens abusam da bebida por ela estar à disposição. Os consumidores também não conseguem checar a qualidade das bebidas servidas geralmente em copos descartáveis”, disse Nascimento. “Nosso objetivo é pedir o fim dessas festas para reduzir os riscos que a bebida, distribuída à vontade, pode causar ao público juvenil”, afirmou. 
Nesta quarta, os promotores pediram à Secretaria de Saúde de Bauru a lista dos estudantes que buscaram atendimento no sábado para formar a agenda de depoimentos de testemunhas. Além da Promotoria dos Direitos do Consumidor, os inquéritos também têm a participação das Promotorias de Habitação e Urbanismo e da Criança e do Adolescente. 
Surpresa. Os parentes de Fonseca não sabiam que o jovem tinha problemas cardíacos preexistentes. De acordo com laudo do Instituto Médico-Legal (IML), Fonseca era cardiopata - tinha o coração dilatado e estreitamento nas coronárias. Para os médicos-legistas, o consumo exagerado de álcool (25 doses de vodca) pode ter potencializado o problema, reduzindo a circulação do sangue para o coração e causando o enfarte. 
“Esse laudo nos assustou, porque nunca soubemos que meu irmão tivesse alguma doença, ainda mais do coração”, disse Henrique Moura Fonseca. Ele contou que exames eram feitos periodicamente por que seu irmão praticava esportes (basquete e muay thai) e nunca havia sido detectado nenhum problema no jovem. “Em nenhum deles foi registrada qualquer anormalidade”, afirmou. 
O resultado do exame, porém, não altera a linha de investigação da Polícia Civil, que apura contra os estudantes Luís Henrique Menegatti, de 22 anos, e Gabriel Juncal Pereira, de 25, organizadores da festa, crimes de homicídio e três lesões corporais com dolo eventual. Para o delegado Kleber Granja, eles assumiram os riscos ao fazer a festa sem alvará. O advogado de defesa, Luiz Celso de Barros, não foi localizado para comentar o assunto.
Alta. Nesta quinta-feira, 5, a estudante Gabriela Alves Correa, de 23 anos, deve receber alta do Hospital Estadual Bauru, onde está internada desde sábado. Outros dois universitários que estavam internados no Hospital da Unimed já foram liberados.http://www.uniad.org.br/interatividade/noticias/item/22830-minist%C3%A9rio-p%C3%BAblico-estuda-dispositivo-jur%C3%ADdico-para-vetar-consumo-de-%C3%A1lcool-%C3%A0-vontade-ap%C3%B3s-morte-de-aluno-da-unesp

quinta-feira, 5 de março de 2015

O desespero pode surgir, e você tem que se preparar para enfrentá-lo!
Não se pode ter a visão de que apenas o dependente é o único que necessita de tratamento, pois é natural que frente a tantas dificuldades, preocupações, tristezas e frustrações, os membros da família adoeçam.
Por isso, algumas vezes é necessário ir além da frequência e do apoio dos grupos, ou seja, que a família encontre outras alternativas como uma terapia individual ou familiar, com o objetivo de facilitar a compreensão e aceitação não só da doença, mas das mudanças quem se fazem necessárias em seus próprios comportamentos.

Falando sobre o Crack

I Forum de Politicas Públicas sobre Alcool e Drogas - 2011/Nepomuceno MG

I Forum de Politicas Públicas sobre Alcool e Drogas - 2011/Nepomuceno MG